segunda-feira, 22 de outubro de 2012

37 semanas e valendo!

Eu me preparei de todo jeito que podia.
Li relatos de parto, fiz consultoria com a Ana Cris, mudei de médico 3 vezes em todo o pré natal. 
Comprei livros, faço pilates duas vezes por semana. Empoderei-me, empoderei o maridón, que virou parceiro, cúmplice, aliado e escudo.

Abri mão de enxoval rebuscado, aliás, praticamente abri mão de enxoval, comprei algumas coisinhas e pedi (na cara de pau mesmo) para amigas com bebês novinhos as roupas rn e as que mais quiserem me dar. 

Trabalhei quando já não imaginava mais trabalhar com cinema (fiz um filme quando estava com 3,4 e 5 meses) para juntar dinheiro para o parto. Depois do filme li mais e mais sobre parto.

Fui em reuniões, palestras, entrei em grupos de discussão e listas maternas. isso foi ótimo, me senti menos peixe fora dágua. sabe aquela sensação de encontrei minha turma? Pois é, hoje em dia tenho muito mais amigas virtuais do que propriamente reais.

Aliás, essa é uma questão que eu e o marido comentávamos ontem, como as relações de amizade, por mais que pareçam intensas, são superficiais. No fundo, não conhecemos as pessoas e elas não nos conhecem. Perdi amigos com minhas escolhas, outros estão indignados, outros nem vale a pena conversar sobre as minhas escolhas.

Só porque eu não quero pensar dentro da caixinha e fazer o que todo mundo faz, como todo mundo, não significa que estou afrontando ninguém. Mas a sensação é meio que essa. Parece que as minhas escolhas incomodam o mundo. Mas elas são minhas, só minhas e não peço que ninguém concorde comigo, só peço respeito e o direito de poder fazer tudo do jeito que eu quero e nada mais.

Sim, eu viajo de Mairiporã a Extrema para fazer meu pré natal. Não, não busco nenhum hospital de última geração, nenhum quarto com tv de led com imagem 24 horas do berçario, nenhuma melhor uti neo natal da América Latina. Busco o simples, o básico e o respeito. Foi lá que eu encontrei acolhimento para as minhas escolhas, na figura da linda Dra. Sylvia Freire, que me atende numa salinha de consulta mequetrefe, sem balança, as vezes sem fita métrica, mas com todo o respeito do mundo, com carinho e o principal, com uma medicina baseada em evidências científicas, não em protocolos criados há sabe se lá quanto tempo.

Cada consulta leva em torno de uma hora de conversa, bate papo sobre o que sinto, como estamos, minhas expectativas e muitos esclarecimentos. Todos os riscos colocados sobre a mesa, para que eu possa tomar minhas decisões da maneira mais lúcida possível. E sempre foi só isso que eu quis. Não quero chocar, não quero ser diferente, não quero aceitação de ninguém. 

Vou usar fraldas de pano, por mais que isso possa incomodar as pessoas. Sim, eu me preocupo com sustentabilidade, me preocupo com a questão do lixo desde 98, quando eu fui pela primeira vez na vida num lixão fazer um documentário. Como eu iria ignorar isso na minha vida? Eu passei seis meses frequentando um lixão, em contato com os moradores, famílias, trabalhadores. Isso foi um marco na minha vida. Desde 98 eu reciclo meu lixo, tendo coleta seletiva ou não onde eu moro. Atualmente eu separo o lixo em casa e levo aos finais de semana em um escola perto de casa que recebe o lixo reciclável. Prático e simples. realmente não há a coleta aqui em Mairiporã, mas eu não ligo de levar o lixo comigo, acho que essa é a mínima compensação que me cabe pelo lixo que produzo no mundo. E claro, isso é uma questão pessoal, e não a imponho a ninguém, a não ser meu marido e meus filhos, que serão conscientes das nossas responsabilidades com o planeta!

Bem, agora já estamos na reta final e me sinto sim preparada para o parto. Claro que tenho um certo receio das dores, mas ao mesmo tempo me convenço que será suportável e me trará meu filho, do jeito que sonhei.

Será um parto lindo em Extrema, com certeza. Para tanto, loquei uma chácara o mês de novembro todinho. A chácara é no meio de uma área de proteção permanente, muito verde, muita araucária, um lugar lindo e especial. Contratei uma equipe competente, que sabe das minhas expectativas, terei a minha disposição: maridoulo, filho pequeno doulinho, minha doula Leila, a médica Sylvia e uma enferneira assistente. Também teremos uma fotógrafa, porque afinal, eu quero o registro de todo o momento. Espero que seja na água e no feriado do dia 02 de novembro irei para a chácara pensar numa alternativa de encher a banheira e mantê-la quente todo o tempo. Estou com uma lista de materiais a providenciar, que deixei para comprar depois das 37 semanas mesmo, antes o PD não seria viável.

E é isso, são as minhas escolhas para que meu filho nasça com respeito, cercado de amor, carinho e da sua família. Aliás, o motivo principal de ser PD é para que o João posso estar junto comigo nessa hora, para que juntos a gente supere o parto que nos foi roubado. E ele está tão preparado quanto eu para tudo isso.

Não quero aprovação, não quero aceitação, não quero nada. Só quero que meu filho nasça no dia e hora que quiser nascer! Simples assim!

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